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Alguém que acredita no carisma da "COMUNHÃO", da comunhão de vida, e é justamente por esta razão que quero dividir a minha experiência com Jesus com você. Frases Bíblicas: "Nós somos loucos por amor de Cristo..." (I Coríntios 4,10). "...Porque estou enferma de amor" (Cântico dos Cânticos 2,5). "Quanta razão há de te amar!" (Cânticos dos Cânticos 1,4). "...O Teu nome é como um perfume derramado" (Cânticos dos Cânticos 1,3). "Como és belo. meu amor! Como és encantador!" (Cânticos dos Cânticos 1,16). "Porque onde estiver o vosso tesouro, ai estará também o vosso coração" (Mateus 6,21 e Lucas 12,34). "...Amas-me mas do que estes?...Amas-me?...Amas-me?..." (João 21,15-17). "Eu sou o caminho, a verdade e a vida" (João 14,6).

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quarta-feira, 18 de setembro de 2019

"MESSIAS, UNGIDO COM O ESPÍRITO SANTO"


Obs: Imagem extraída do site: www.deusunico.com


"MESSIAS, UNGIDO COM O ESPÍRITO SANTO"

Realizou-se também cabalmente a missão do Messias, isto é, daquele que recebera a plenitude do Espírito Santo, em favor do povo eleito por Deus e de toda humanidade. "Messias", literalmente, significa"Cristo", isto é, "Ungido"; e na história da salvação significa "Ungido com o Espírito Santo". Esta era a tradição profética do Antigo Testamento. Atendo-se a ela, Simão Pedro, em casa de Cornélio, diria: "Vós conheceis o que aconteceu por toda a Judéia ...depois do batismo pregado por João: como Deus ungiu com o Espírito Santo e com o poder a Jesus de Nazaré" (Atos 10,37).

Destas palavras de Pedro, e de muitas outras semelhantes, (Lucas 4,16- 21; 3,16, 4,14 e Marcos 1,10) é preciso remontar, antes de mais nada, à profecia de Isaías, algumas vezes chamada "o quinto Evangelho", ou então "o Evangelho do Antigo Testamento". Isaías, fazendo alusão à vinda de um personagem misterioso, que a revelação neotestamentária identificará com Jesus, liga a sua pessoa e a sua missão a uma ação particular do Espírito de Deus - Espírto do Senhor. São estas as palavras do Profeta: "Despontará um rebento do tronco de Jessé, e um renovo brotará da sua raiz. Sobre Ele pousará o Espírito do Senhor, Espírito de sabedoria e de entendimento, Espírito de conselho e de fortaleza, Espírito de conhecimento e de temor de Deus, e no temor do Senhor está a sua inspiração" (Isaías 11,1-3).

Este texto é importante para toda a pneumatologia do Antigo Testamento, porque constitui como que uma ponte entre o antigo conceito bíblico do "Espírito", entendido  primeiro como um "sopro carismático", e o "Espírito" como pessoa e como dom, dom para a pessoa. O Messias a estirpe de Davi ("do tronco de Jessé") é precisamente essa pessoa, sobre a qual "pousará" o Espírito do Senhor". É evidente que, neste caso, não se pode falar ainda da revelação do Paráclito; todavia, com essa alusão velada à figura do futuro Messias, abre-se, por assim dizer o caminho que, uma vez demandado, vai preparando a revelação plena do Espírito Santo na unidade do Mistério Trinitário, a qual se tornará manifesta, finalmente, na Nova Aliança.

Esse caminho é o próprio Messias. Na Antiga Aliança a unção tinha-se tornado o símbolo externo do dom do Espírito. O Messias, bem mais do que qualquer outro personagem ungido na Antiga Aliança, é o único grande ungido pelo próprio Deus. É o ungido no sentido de possuir a plenitude do Espírito  de Deus, Ele mesmo será também o mediador para ser concedido este Espírito a todo o povo. Com efeito, são do mesmo profeta estas outras palavras: "O Espírito do Senhor Deus está sobre mim,  porque o Senhor consagrou-me com a unção; enviou-me a anunciar a Boa Nova aos pobres, pensar as feridas dos corações quebrantados, proclamar a redenção para os cativos, a libertação para os prisioneiros, a promulgar o Ano de Misericórdia do Senhor" (Isaías 61,1). O Ungido é também enviado "com o Espírito do Senhor": "Agora o Senhor Deus me envia juntamente com seu Espírito" (Isaías 48,16).

Segundo o Livro de Isaías, o Ungido e o Enviado juntamente com o Espírito do Senhor é também o eleito Servo do Senhor, sobre o qual repousa o Espírito de Deus: "Eis o Meu Servo que Eu amparo o Meu Eleito, no qual minha alma pôs a sua complacência; fiz repousar sobre Ele o Meu Espírito" (Isaías 42,1).

Como é sabido, o Servo do Senhor é revelado no Livro de Isaías como o verdadeiro homem das dores: O Messias que sofre pelos pecados do mundo (Isaías 53, 5-8). E, simultaneamente, é Ele mesmo aquele cuja missão produzirá para toda a humanidade verdadeiros frutos de salvação: "Ele levará o direito às nações..."(Isaías 42,1) e torna-se-á "a aliança do povo à luz das nações ..." (Isaías 42,6); "para que leve a minha salvação até os confins da terra" (Isaías 49,6).

Porque: "O meu Espírito, que desceu sobre ti e as palavras que te pus na boca não se apartarão dos teus lábios nem da boca da tua descendência nem da boca dos descendentes dos teus descendentes, diz o Senhor, desde agora e para sempre" ( (Isaías 59,21).

Os textos proféticos que acabam de ser apresentados devem ser lidos por nós à luz do Evangelho; o Novo Testamento, por sua vez,  adquire um esclarecimento particular da admirável luz contida nestes textos veterotestamentários. O profeta apresenta o Messias como aquele que vem com o Espírito Santo, como aquele que possui em si a plenitude deste Espírito; e , ao mesmo tempo, é portador dEle para os outros, para Israel, para todas as nações, para toda a humanidade. A plenitude do Espírito de Deus é acompanhada por múltiplos dons, os bens da salvação, destinados de modo particular aos pobres e aos que sofrem - a todos aqueles que abrem os seus corações a esses dons: isso acontece, algumas vezes mediante as experiências dolorosas da própria existência; mas, primeiro que tudo, por aquela disponibilidade interior que vem da fé. O velho Simeão, "homem justo e piedoso", com o qual estava o Espírito Santo teve a intuição disso, no momento da apresentação de Jesus no Templo, quando vislumbrou nele a "salvação preparada em favor de todos os povos" à custa do grande sofrimento - a cruz - que Ele deveria vir a abraçar juntamente com sua mãe (Lucas 2,25-35). Disso tinha também, e ainda melhor intuição Maria, que  havia concebido do  Espírito Santo (Lucas 1,35), quando meditava no seu coração os "mistérios" do  Messias, ao qual estava associada (Lucas 2,19-51).

É conveniente sublinhar, aqui neste ponto, que o "Espírito do Senhor", que "pousa" sobre o futuro Messias, é, claramente , antes de mais nada um dom de Deus para a pessoa deste Servo do Senhor. Mas Ele não é uma pessoa isolada e independente, pois opera por Vontade do Senhor, com o poder da sua decisão ou escolha. Se bem que à luz dos textos de Isaías a obra salvífica do Messias, Servo do Senhor, inclua a ação do Espírito que se desenrola mediante Ele próprio, todavia no seu contexto veterotestamentário não é  sugerida a distinção dos sujeitos ou das pessoas divinas, tais como subsistem no Ministério Trinitário e serão reveladas depois do Novo Testamento. Quer em Isaías, quer em todo Novo Testamento, a personalidade do Espírito Santo acha-se completamente escondida: escondida na revelação do único Deus, bem como no anúncio profético do futuro Messias.

No início da sua ativdade messiânica, Jesus Cristo socorrer-se-á deste anúncio contido nas palavras de Isaías. Isso aconteceria na cidade de Nazaré, onde Ele tinha vivido trinta anos de vida, na casa de José, o carpinteiro, ao lado de Maria, sua mãe. Quando lhe foi dada a ocasião de tomar a palavra na sinagoga, tendo aberto o Livro de Isaías, encontrou a passagem em que está escrito: "O Espírito do Senhor está sobre mim; por isso me consagrou com a unção"; e depois de ter lido este texto, disse aos presentes: "Cumpriu-se hoje esta passagem da Escritura que acabais de ouvir" (Lucas 4,16-21 e Isaías 61,1). Deste modo confessou e proclamou ser aquele que "foi ungido" pelo Pai, ser o Messias, isto é, aquele no qual tem a sua morada o Espírito Santo como dom do próprio Deus, aquele que possui a plenitude deste Espírito, aquele que marca o "novo princípio" do dom que Deus concede à humanidade no Espírito Santo.

Autor: João Paulo II

Obs: Informações extraídas do Livro: "SOBRE O ESPÍRITO SANTO NA VIDA DA IGREJA E DO MUNDO" - Carta Encíclica Dominum Et Vivificantem, Autor: João Paulo II, 2ª edição, Editora: Edições Loyola, São Paulo, SP, Ano: 1987, páginas: 19, 20, 21 e 22.