Obs: Imagem extraída do site:
mtrgerandoiras.blogspot.com
"A INVEJA"
Um homem encontrou uma garrafa na qual vivia um gênio que tinha o poder de realizar todos os seus sonhos. Dito de outra forma, contarei sobre um homem que encontrou o céu - pois céu é justamente isto, o lugar onde os nossos sonhos são realizados.
O gênio saiu da garrafa onde estivera adormecido e lhe disse: "Tenho o poder de transformar em realidade todos os seus sonhos, sem nenhum limite. É só você me contar o seu sonho, e ele acontecerá.
O homem começou então a pensar nas coisas maravilhosas que iria pedir: um corpo jovem, sem dores ou doenças, cheio de beleza, energia; casas nos lugares mais lindos das montanhas e das praias, com jardins maravilhosos; adegas onde se encontrariam os vinhos mais finos, cozinhas onde de fariam as mais deliciosas comidas; música, livros; amigos, amor...
Ah! ele era um homem sábio e refinado e sabia das coisas que fazem a felicidade do ser humano. E assim os seus olhos iam tranquilamente passeando pelos seus sonhos, imaginando a felicidade ilimitada que iria gozar em alguns momentos.
Foi quando o gênio lhe disse: "Há apenas um detalhe que esqueci de mencionar, porque acho que é irrelevante. Tudo o que você tiver, o seu pior inimigo vai ter em dobro..." Foi só o gênio falar e os olhos do homem mudaram: eles, que até então descansavam nas coisas que iriam fazê-lo feliz além de tudo o que imaginara, começaram o olhar para as coisas que seu inimigo iria ter.
E quando seus olhos voltaram para suas próprias coisas, aquelas mesmas que apenas um momento antes, o haviam feito o homem mais feliz do mundo, descobriu que todas elas, neste segundo em que seu olhar dançara, haviam apodrecido.
A comparação é um verme que faz apodrecer o fruto delicioso que estávamos prestes a comer. A inveja nos deixa de mãos vazias. É importante que se entenda isso para se compreender o fim da história.
"Já sei o que quero pedir", disse o homem ao gênio, depois de longa meditação. "Pois faça o seu pedido", disse o gênio. "Me fure um olho..." - ele respondeu.
Autor: Rubens Alves
Obs: Extraído do livro: "A inveja", São Paulo: Editora Paulus, Ano 2007. Site da Editora Paulus:
www.paulus.com.br
"COMENTÁRIO SOBRE ESTA ESTÓRIA"
Rubens Alves é um grande pensador e um dos grandes colaboradores da Educação no Brasil. Como professora de Filosofia sou admiradora de suas obras e sei o quanto elas são educativas. Comprei este livro que por sinal tem belas ilustrações e contei para os meus alunos esta estória e um silêncio na sala refletia a sede de conhecer.
Com esta estória queria falar da importância da autoestima, pois quem se ama de verdade sabe se valorizar e não tem necessidade de ter inveja de outra pessoa. Este sentimento da inveja é provocado quando você se compara com alguém e deseja seus bens ou então deseja que esta pessoa não possuam nada e se tiver chance até prejudica, como o personagem desta estória que pede para que fure um olho sabendo que seu pior inimigo teria os dois olhos furados.
A Bíblia está cheia de exemplos de pessoas invejosas, mas tem dois casos nos quais podemos ver o reflexo negativo desta inveja, um dos casos e Abel e Caim (Gênesis 4,1-16), Caim por inveja acaba matando seu irmão Abel. Outro caso e a História de José do Egito (Gênesis 37 até o 50) que narra uma das belas Histórias da Bíblia na qual relata que inveja dos irmãos de José fez com que eles maquinassem o mal contra José e o acabassem vendendo este como escravo. E o próprio Jesus sentiu na pele o poder deste sentimento (Mateus 27,18 e Marcos 15,10), pois foi por inveja de sua popularidade que os sacerdotes de sua época o sentenciaram a morte.
Portanto, podemos combater este sentimento da inveja com uma boa dose de autoestima... precisamos nos amar de verdade... fugir da comparação com os outros... somo seres únicos, inéditos e especiais... com uma missão particular nesta terra. É preciso se conhecer como já dizia Sócrates: "Conhece-te a ti mesmo" para podermos descobrir o potencial que existe em cada um de nós... precisamos nos conhecer para poder nos amar... e quem sabe fazer a bela experiência de se descobrir como uma "Obra de Arte" para poder também amar o artista, o autor desta Obra: Deus.
Comentário feito por:
Kátia Regina Corrêa Santos
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